Esse post não tem como objetivo discutir a volta do estacionamento pago nas ruas de Resende, o preço ou o sistema empregada... nada disso!
Queria apenas chamar a atenção para um parquímetro instalado na Avenida Coronel Mendes, em frente a um terreno que até pouco tempo tinha uma construção e que foi derrubada. Penso no seguinte, se derrubaram é pq devem começar a construir algo em breve. Se vão construir, pode ser que o novo empreendimento ou residência tenha uma garagem. Se tiver uma garagem, a calçada vai se tornar passagem. E se o parquímetro estiver no meio do caminho? A prefeitura vai arcar com o custo da remoção do mesmo, o redesenho das vagas do local, pois fizeram vaga em toda a frente do terreno. Por que já não foi colocado em um local que evitasse esse tipo de situação futura. Pensar em soluções incluí isso e não só no momento.
De "belas" visões vive a principal área comercial da cidade, se já não bastasse as dezenas de prédios mal conservados, das marquises com infiltrações e dos buracos nas ruas e calçadas, a visão que temos ao olharmos para cima também não é das melhores.
Um festival de cabos que chegam e saem, se emaranham e se emendam, entram em caixas, saem do poste, chegam ao ponto, voltam ao poste, ficam pendurados e sabe-se Deus como não caem nas nossas cabeças.
À sua própria sorte devem ficar também os técnicos das concessionárias que utilizam os postes como penduricalhos, se bobear um vai cortar a internet da loja de roupas e acaba deixando a padaria sem luz porque ninguém mais de quem é o que nesse emaranhado todo.
Sei que a instalação subterrânea é um processo caro, mas deveria ser idealizado pelo menos para nosso centro comercial, para que pudesse ser dado um pouco de dignidade visual ao mesmo.
Na verdade o que é preciso é uma grande intervenção urbanística em nossa cidade para prepará-la para o crescimento dos próximos anos, mas sem nada torto, por favor!
Vendo a timeline do Facebook hoje, pude perceber que diversas pessoas e instituições estavam compartilhando um link que direcionava a uma reportagem da Veja Rio chamada "A nossa Detroit".
A reportagem apresenta a região de Resende, Itatiaia e Porto Real, que está se tornando um polo automobilístico. Em Resende, temos a fábrica de caminhões e ônibus da Man Latin America (ex-Volkswagen Caminhões e Ônibus) e está em construção, com investimento de alguns bilhões a fábrica da Nissan. Em Itatiaia foi inaugurada a fábrica de máquinas pesadas da Hyundai e, em Porto Real, temos a PSA Peugeot Citroen. Todas eles estão investindo bilhões na região que está sendo tratada como o 'Eldorado'.
Os impactos que isto tem causado às cidades, principalmente em Resende, todos conhecem, principalmente aqueles que precisam rodar na cidade a partir da 17 horas, mas esta crítica não é o foco da publicação.
Em conversa com um amigo, ainda em 2012, já havíamos chegado à conclusão do que estava acontecendo aqui era o efeito Detroit, onde a cidade baseia sua economia em apenas um setor, atrai cada vez mais empresas ligadas àquilo, aproveita a onda, expande-se e depois de um tempo vem o inevitável.
O que chamamos de inevitável está exposto claramente no vídeo abaixo.
O segredo para um desenvolvimento permanente da cidade está na pulverização das atividades econômicas e não na concentração, o que deixa a cidade muito suscetível a problemas quando o setor não vai bem.
A cidade vive uma situação absurda em que, o governo Municipal, na busca de reduzir custos, está retirando a população carente da periferia, levando o mais próximo possível da região central, desativando os serviços públicos na região que fora esvaziada e demolindo tudo que existe no local para que a população não retorne.
Este vídeo mostra um pouco da situação da cidade hoje, mas no youtube existem tantos outros que mostram os problemas da cidade e até mesmo podemos encontrar alguns documentários.