terça-feira, 28 de junho de 2011

Um pouco de Dostoiévski...

"Ora veja… é o que sempre acontece às pessoas românticas: enfeitam uma criatura, até o último momento, com penas de pavão, e não querem ver, nela, senão o que é bom, muito embora sentindo tudo ao contrário. Jamais querem, antecipadamente, dar às coisas o seu devido nome. Essa simples idéia lhes parece insuportável. A verdade, repelem-na com todas as forças até o momento em que aquela pessoa, engalamada por elas próprias, lhes mete um murro na cara"


um dedo de Kerouac...

"Aqui estão os loucos. Os desajustados. Os rebeldes. Os criadores de caso. Os pinos redondos nos buracos quadrados. Aqueles que vêem as coisas de forma diferente. Eles não curtem regras. E não respeitam o status quo. Você pode citá-los, discordar deles, glorificá-los ou caluniá-los. Mas a única coisa que você não pode fazer é ignorá-los. Porque eles mudam as coisas. Empurram a raça humana para a frente. E, enquanto alguns os vêem como loucos, nós os vemos como geniais. Porque as pessoas loucas o bastante para acreditar que podem mudar o mundo, são as que o mudam."


Um pouco de Bukowski...

Se vai tentar

siga em frente.

Senão, nem começe!
Isso pode significar perder namoradas
esposas, família, trabalho...e talvez a cabeça.

Pode significar ficar sem comer por dias,
Pode significar congelar em um parque,
Pode significar cadeia,
Pode significar caçoadas, desolação...

A desolação é o presente
O resto é uma prova de sua paciência,
do quanto realmente quis fazer
E farei, apesar do menosprezo
E será melhor que qualquer coisa que possa imaginar.

Se vai tentar,
Vá em frente.
Não há outro sentimento como este
Ficará sozinho com os Deuses
E as noites serão quentes
Levará a vida com um sorriso perfeito
É a única coisa que vale a pena.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Um pouco de Oscar Wilde...

Loucos e Santos

Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila. 
Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante. 
A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos. 
Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. 
Deles não quero resposta, quero meu avesso. 
Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim. 
Para isso, só sendo louco. 
Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças. 
Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta. 
Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria. 
Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. 
Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. 
Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos. 
Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. 
Não quero amigos adultos nem chatos. 
Quero-os metade infância e outra metade velhice! 
Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa. 
Tenho amigos para saber quem eu sou. 
Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.



Um pouco de Neruda... (3)

Nega-me o pão, o ar,

a luz, a primavera,
mas nunca o teu riso,
porque então morreria.
(Pablo Neruda)


domingo, 26 de junho de 2011

Um pouco de Neruda... (2)

O teu riso


Tira-me o pão, se quiseres,
tira-me o ar, mas não
me tires o teu riso.


Não me tires a rosa,
a lança que desfolhas,
a água que de súbito
brota da tua alegria,
a repentina onda
de prata que em ti nasce.


A minha luta é dura e regresso
com os olhos cansados
às vezes por ver
que a terra não muda,
mas ao entrar teu riso
sobe ao céu a procurar-me
e abre-me todas
as portas da vida.


Meu amor, nos momentos
mais escuros solta
o teu riso e se de súbito
vires que o meu sangue mancha
as pedras da rua,
ri, porque o teu riso
será para as minhas mãos
como uma espada fresca.


À beira do mar, no outono,
teu riso deve erguer
sua cascata de espuma,
e na primavera , amor,
quero teu riso como
a flor que esperava,
a flor azul, a rosa
da minha pátria sonora.


Ri-te da noite,
do dia, da lua,
ri-te das ruas
tortas da ilha,
ri-te deste grosseiro
rapaz que te ama,
mas quando abro
os olhos e os fecho,
quando meus passos vão,
quando voltam meus passos,
nega-me o pão, o ar,
a luz, a primavera,
mas nunca o teu riso,
porque então morreria.

Um pouco de Neruda...



Se não puderes ser um pinheiro, no topo de uma colina,
Sê um arbusto no vale mas sê
O melhor arbusto à margem do regato.
Sê um ramo, se não puderes ser uma árvore.
Se não puderes ser um ramo, sê um pouco de relva
E dá alegria a algum caminho.

Se não puderes ser uma estrada,
Sê apenas uma senda,
Se não puderes ser o Sol, sê uma estrela.
Não é pelo tamanho que terás êxito ou fracasso...
Mas sê o melhor no que quer que sejas.

Firma Pablo Neruda.svg

domingo, 12 de junho de 2011

F1 e F-Indy: comentários!

Que corrida espetacular neste domingo. O GP do Canadá de F1 foi emocionante, mesmo tendo um intervalo de 2 horas devido às chuvas.
Button conquistou uma vitória de forma impressionante e seus números na corrida é que nos fazem ver isso, foram 5 paradas nos boxes, 1 drive-throug e 2 acidentes, sendo que um deles ainda será investigado após a corrida. E, após tudo isso, como ele conseguiu passar o Vettel? O alemão não aguentou a pressão na última volta e escapou nas últimas curvas, dando de mão-beijada a vitória para o piloto inglês.
Como destaque da corrida ainda temos o Michael Schumacher que, na minha opinião, fez a melhor corrida desde sua volta. Chegou a andar em segundo, tendo ultrapassado Massa e Kobayashi em uma manobra só, mas acabou no quarto lugar, que foi o suficiente para conseguir igualar o número de pontos de seu companheiro.
Massa também esteve bem na corrida, com um carro veloz, chegou a pressionar Alonso, mas demorou muito para ultrapassar Kobayashi. Quando conseguiu chegar ao segundo lugar, escorregou ao sair do traçado já com pneus macios na tentativa de ultrapassar um retardatário e acabou perdendo o bico do carro, o que provocou mais um pit stop. Mesmo assim conseguiu terminar em sexto, chegando justamente um bico à frente do japonês (sempre ele).
No mais, os outros destaques que temos é o sempre combativo piloto da Sauber (Kobayashi) e ânsia incessante de Lewis Hamilton em fazer bobagens. Ao tentar ultrapassar seu companheiro, ainda no começo da corrida, pegou o mesmo traçado que Button fazia e acabou prensado contra o muro e para piorar, ao invés de encostar o carro em uma área qualquer, tentou continuar conduzindo o carro, mesmo com as suspensões esquerdas (diant. e tras.) quebradas, e acabou provocando a entrada do safety car ao parar o carro na pista.
Muita boa a corrida, há muito tempo não via uma com tanta emoção. Mesmo assim, melhorando o espetáculo, proporcionando mais ultrapassagens, continuo sendo contra o uso da asa móvel, um dispositivo que transforma em covardia uma ultrapassagem, já que o piloto que está sendo atacado na pode utilizá-la. Sou mais o uso de algo tipo o 'push-to-pass' da F-Indy.

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Por falar em F-Indy, que coisa ridícula que aprontaram ontem. A corrida do Texas sempre foi um das melhores por ter um oval muito rápido, onde é possível fazer a volta toda sem tirar o pé, e também perigoso.
A prova de ontem foi dividida em 2 baterias com 114 voltas cada e com um intervalo de 1 hora entre as baterias. As posições de largada da primeira prova foram definidas em treino (normal), mas para a segunda houve um sorteio nesse intervalo. Na ordem inversa de chegada, o piloto ia a um mural, escolhia um pneu qualquer que está lá e girava para ver qual a posição estava gravada ali. Tony Kanaan se deu bem, largou em primeiro e conseguiu chegar em quarto. Franchitti, que venceu a primeira parte da corrida, não teve sorte e largou em #28 na segunda, mesmo assim conseguiu terminar em sétimo. Já Will "Big Nose" Power, largou em terceiro na segunda prova e conseguiu ficar com a vitória, sendo seguido por Dixon e Castroneves. Essa foi a primeira vitória de Power em circuito oval, que tem várias vitória em circuitos mistos.

Após a etapa do Texas a classificação ficou assim:
#1 Will Power 239 (AUS-Penske)
#2 Dario Franchitti 218 (SCO-Chip Ganassi)
#3 Scott Dixon 169 (NZL-Chip Ganassi)
#4 Oriol Servia 163 (ESP-Newman/Hass)
#5 Tony Kanaan 159 (BRZ-KV)
#6 Ryan Briscoe 146 (AUS-Penske)
#7 Graham Rahal 136 (USA-Service Central Chip Ganassi)
#8 Alex Tagliani 135 (CAN-Sam Schmidt)
#9 JR Hildebrand 125 (USA-Panther)
#10 Takuma Sato 118 (JPN-KV)

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Operação Overlord - 67 anos

Há 67 anos a Segunda Guerra Mundial iniciava uma nova fase, com a virada de jogo no flanco ocidental. O desembarque na Normandia, também conhecido como Dia D, aconteceu no dia 06/06/1944, surpreendendo Hitler e confirmando aquilo que Rommel já imaginava.

A operação foi grandiosa e aconteceu numa área de 80 km da costa francesa. Ela teve início à meia-noite com uma chuva de paraquedistas, cerca de 24.000 homens da Grã-Bretanha, Estados Unidos e Canadá, além de tropas livre do exército francês. Ao raiar do dia, às 6:30h, começou o desembarque nas praias, foram cerca de 7.000 de navios de transporte e ataque e barcaças de desembarque que carregavam cerca de 195.000 homens, sendo que aproximadamente 160.000 desembarcaram.

O bombardeio que precedeu o desembarque contou com 3.467 bombardeiros, 5.409 caças e 1.645 aviões diversos, que avançaram em baixa velocidade e com formações específicas visando enganar os radares que os identificavam como embarcações.

Aproximadamente 10 dias depois do Dia D, cerca de 326mil homens e 54mil viaturas de combate e transporte já haviam desembarcado em território francês.

Ainda assim, Hitler acreditava que haveria um desembarque maior em Pas-de-Calais devido a informações falsas passadas por agentes duplos, transmissões de informações erradas passadas por rádio e dispositvos eletrônicos que afetavam as comunicações e radares alemães.

Graças a homens como Churchill, Roosevelt, Stalin, Eisenhower, Montgomery, Ramsay, Leigh-Malory e outra dúzia de políticos e militares, além de alguns milhões de soldados foi possível que a partir deste dia, naquela parte da costa francesa, a Guerra tomasse um novo rumo e o mundo conseguisse, depois de muito tempo, enxergar a possibilidade da vitória aliada sobre o Eixo.

Itaquerão: o retrato fiel da Copa-2014

Há muito venho falando da Copa do Mundo de 2014, já escrevi duas ou três vezes aqui no blog sobre isso.


Hoje o UOL divulgou uma matéria sobre o Itaquerão, o estádio do Corinthians, que deverá ser o representante paulista na Copa e receberá a abertura.


A Odebrecht (sempre ela) começou a fazer a terraplanagem do terreno mesmo não tendo projeto final definido, orçamento fechado e contrato assinado. Ainda são muitos os pontos a serem definidos e a reportagem do UOL enviou 7 perguntas aos representantes da empresa que fugiram de responder e enviaram um carta que foge tanto do esclarecimento quanto a entrevista do Palocci. Quanto a resposta do Corinthians enviada por Luís Paulo Rosemberg, diretor de marketing do clube, está cheia de incertezas e ironias que nos fazem acreditar que quem vai pagar está conta de mais de um bilhão de reais seremos nós, mais uma vez.


Rosemberg chega a afirmar que para reduzir o valor do orçamento utilizará até mesmo a "manipulação de repórteres em entrevistas escritas" e complementa dizendo que "tudo vale para termos estádio sem quebrar nosso caixa". O clube aposta que conseguirá cerca de R$250 milhões somente com naming rights (direito de exploração do nome do estádio), sendo que nenhum clube na Europa consegue isso.


A irresponsabilidade fiscal e o desrespeito ao erário público serão as grandes marcas desta Copa do Mundo, que deixará um legado de dívidas e dúvidas.


Link para a reportagem do UOL: http://bit.ly/iygoaR

domingo, 5 de junho de 2011

NOVOS DESAFIOS

Abaixo reproduzo na íntegra a coluna de hoje, 05/06/2011, do Fernando Henrique Cardoso no Jornal O Globo.

Passados os momentos de euforia por havermos ingressado no clube dos que tomam decisões no mundo (e não nos esqueçamos de que o G-20 começou como encontro entre ministros da Fazenda quando Pedro Malan ainda exercia a função), começam as dores de cabeça e as indefinições criadas pela nova situação. Se a estas juntarmos as advindas da política doméstica, não são poucos os enigmas e incertezas que temos pela frente.
O mundo está se reordenando. A liderança norte-americana, com Barack Obama, evita a arrogância e começa a aceitar novas parcerias. Ainda agora, ao proclamar que a melhora de posição dos Brics e dos demais países emergentes não põe a perigo a predominância anglo-saxã, não disse isso como ameaça, mas como conselho aos seus: não temam o que está surgindo porque surgirá de qualquer modo e é melhor ter aliados do que inventar inimigos. Diante dos novos atores políticos no Norte da África e no Oriente Médio, a atitude americana está sendo marcada por um encorajamento democrático discreto como há tempos não víamos. É cedo para saber até onde irá esse bafejo de idealismo pragmático e também para ver até que ponto evoluirá a situação dos países recém-ansiosos por liberalização.
De qualquer modo, a situação internacional é distinta daquela aterradora da era Bush. O que não quer dizer que o futuro será melhor. Depende de muita coisa. De os Estados Unidos superarem a crise financeira, pois o desemprego continua enorme e o gasto público, descontrolado. De a Europa mostrar ser capaz de suportar as agruras de uma austeridade "germânica" sem romper a coesão social produzida pelo modelo democrático e próspero sonhado pela União Europeia. De a China continuar a crescer e dar pitadas de bem-estar ao povo. Mesmo que tudo isso se realize da melhor maneira, sobram dúvidas.
Que farão EUA e China, gigantes em comparação com as demais economias e Estados em expansão, jogarão como um duo gestor do mundo? Haverá um G-2 com suas economias complementares impondo seus interesses ao conjunto do planeta? Ou, então, EUA e Europa imporão seu predomínio, como tentam fazer agora na sucessão do FMI? E nós nisso tudo?
As incertezas pesam e tornam necessárias estratégias de convergência doméstica e lucidez para organizar alianças internacionais. Dado o caráter dos interesses globais, que ora unem, ora repelem alianças entre os Três Grandes, o necessário é que participemos da grande cena mundial sem ilusões ideológicas e com muita coesão interna. Para tanto precisamos de uma estratégia consensual e de determinação política. Estratégia consensual não é um "projeto nacional", expressão que, em geral, significa o Estado conduzindo o povo para objetivos definidos por um partido ou um grupo de ideólogos. Não é disso que precisamos, mas de um consenso enraizado na sociedade sobre questões decisivas, sem supor adesão a governos nem oposições aquietadas.
Com a globalização os condicionantes geográficos não nos limitam, como no passado. Não há por que nos cingirmos ao "Ocidente", ao Hemisfério ou mesmo à América do Sul. Mas temos outros condicionantes. A demografia impõe-nos desafios, com o crescimento da população adulta e idosa. Há que criar empregos de qualidade para sustentar tal tipo de população. É certo também que aprendemos a amar a liberdade e a desejar uma sociedade com crescente participação de todos no bem-estar e nas decisões. Por fim, os imperativos de preservação do meio ambiente e da criação de uma economia baseada em energias de baixo consumo de carbono são onipresentes.
Não adianta sonhar com o "estilo chinês" de crescimento, pois o afã de liberdade e consumo impede tal proeza. Nem imaginar que a expansão econômica baseada na exportação de minérios e produtos alimentícios gerará, por si só, a quantidade e a qualidade de valor agregado necessário para distribuir melhor o bolo, que é o que queremos. Tampouco faz sentido limitarmos nossas alianças a este ou àquele parceiro: elas deverão ser com quem nos ofereça vantagens de conhecimento (tecnológico, científico, organizacional) que permitam nos apropriarmos do que de melhor há no mundo. É imperativo inovar, não abrir mão da indústria e oferecer serviços em quantidade e qualidade em saúde, educação, transportes, finanças, etc. Aproveitar, mas ir além do que as commodities nos permitem alcançar. Nosso caminho será o da democracia. Ela não é um obstáculo. É parte inseparável do desenvolvimento, como valor e como "método". Por isso é preciso aumentar a transparência das decisões e debater com o País os passos decisivos para o futuro.
É ai que pecamos. Desde o governo Lula, a modo do autoritarismo militar, as decisões fundamentais são tomadas sem debate pelo Congresso e pelo País (mudança da Lei do Petróleo, decisões na política energética, especialmente na nuclear, reaparelhamento militar, não decisões sobre a infraestrutura por medo das privatizações, ou pior, decisões com abuso de subsídios, como no caso do trem).
Quando o governo da presidente Dilma parecia dar passos certos para ajustar a política internacional e começava a permitir que o debate sobre as grandes questões nacionais se deslocasse do plano miúdo das divergências eleitorais, vem de novo "seu mestre" (que prometera ficar calado como ex-presidente) e joga em solo corriqueiro as questões políticas. Em vez de se preocupar com a veracidade do que transpareceu, acusa irresponsavelmente o PSDB pelo vazamento de informações relativas à evolução patrimonial do principal ministro do governo. E passa a operar a disputa por cargos e troca de votos no Congresso, ofuscando sua sucessora. Em vez de um passo à frente, mais um passo atrás no amadurecimento da sociedade e da política, que volta a se apequenar no jogo rasteiro de chantagens e pressões. No lugar de o líder sustentar valores, temos o retorno da metamorfose ambulante operando com o costumeiro desdém aos princípios.
Assim será difícil uma nação com tantas virtudes alcançar a maturidade que as condições materiais começam a tornar possível. É preciso ter lideranças à altura se quisermos jogar na grande cena mundial. Presidente Dilma: não desperdice sua chance!

sábado, 4 de junho de 2011

Aprenda a calcular na cartilha do PT

Em matéria divulgada no site do Estadão, mais um material distribuído pelo MEC apresenta erros grosseiros. Se já não bastasse o "nós pega o peixe", a vítima da vez foi a Matemática. Contas básicas de subtração apresentavam resultados errados, tais como 10-7=4 e 16-8=6.

Fica complicado saber quem é o maior prejudicado nisso, quem recebe esse material ou todos nós que pagamos a conta disso.

Não é de hoje que o MEC tem tido vários problemas, não só relativos a materiais impressos, mas também com Prouni e ENEM. A atuação do ministério é vergonhosa e a do ministro Fernando Haddad também. A situação dele é insustentável há muito tempo, desde o governo Lula, mas não perde o cargo, escândalo após escândalo.

Vejo o governo preocupado em atingir tantas metas na Educação, mas não sou capaz de enxergar que estamos no caminho certo.

Gabriel Chalita vende sua alma a Michel Temer!

Gabriel Chalita, pré-tenso candidato à prefeitura de São Paulo, deixou o partido pelo qual foi eleito deputado federal, o PSB, e filiou-se ao PMDB. Aliar-se a Michel Temer é praticamente a mesma coisa de vendar a alma ao diabo. A comparação é bem válida neste caso, já que Chalita é um representante-leigo da Igreja Católica e da Canção Nova.

A carreira do deputado tem sido marcada pela constante troca de partido, já estando terceiro em período de tempo menor que meia década. Mesmo assim, o líder do governo na Câmara dos Deputados, Cândido Vacarezza, disse que Chalita tem "lealdade política", só faltou dizer a quem.

A "boa fé" de Palocci...

Após 18 dias de um silêncio ensurdecedor, Palocci resolveu falar. Disse aquilo que todos esperavam que ele disesse, que era inocente, que tem como provar a origem de seus ganhos e que não praticou tráfico de influência. Se esquivou das perguntas e deu respostas vagas.

Nada foi esclarecido e a crise continua. A única pessoa que se diz satisfeita com aquilo que Palocci falou foi o Senador Gim Argello, que conhece muito bem esta situação que o ministro está passando. O Senador responde a um inquérito no Supremo Tribunal Federal por apropriação indébita, peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Seu patrimônio alcançou a cifra de um bilhão de reais após ter entrado na política do Distrito Federal.

O que mais me chamou a atenção no que o Palocci disse foi sobre a questão da "boa fé", como tráfico de influência não é uma coisa que pode ser materializada, não tem como provar que não foi praticado, as pessoas devem acreditar na "boa fé" dele. Ouvir o Palocci falando em "boa fé" soa tão estranho quanto ouvir a Dercy Gonçalves falando sobre castidade.

Para piorar a situação do Ministro, a Revista Veja publicou uma denúncia de que o apartamento que ele mora em São Paulo, que vale R$4 milhões, está em nome de uma empresa que está registrada no nome de dois laranjas. No blog do Fernando Rodrigues ele faz uma observação perfeita: "É possível que o ministro não tenha nada a ver com essa história? Sim, claro. Pode ter alugado o apartamento e paga o aluguel a uma imobiliária. OK, mas é sempre um solavanco a mais na atual crise. E em política, como se sabe, tudo o que tem de ser explicado não é bom". E isso é mais pura realidade, quanto mais explicações um político tem que dar, mais complicada está a sua situação.

O PT já não sustenta mais a permanência de Palocci à frente da Casa Civil e a Presidente Dilma já analisa quais são as opções disponíveis para substituí-lo.

Há 9 anos convivemos com denúncias envolvendo o governo petista e seus aliados e nada é feito, nada é apurado e o pouco que é, fica sem resultado e a impunidade impera. O grande exemplo disso tudo é o mensalão, que vai acabar em uma pizza tão grande quanto o dinheiro que estava envolvido no esquema.