segunda-feira, 27 de junho de 2011

Um pouco de Oscar Wilde...

Loucos e Santos

Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila. 
Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante. 
A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos. 
Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. 
Deles não quero resposta, quero meu avesso. 
Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim. 
Para isso, só sendo louco. 
Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças. 
Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta. 
Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria. 
Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. 
Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. 
Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos. 
Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. 
Não quero amigos adultos nem chatos. 
Quero-os metade infância e outra metade velhice! 
Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa. 
Tenho amigos para saber quem eu sou. 
Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.



Um pouco de Neruda... (3)

Nega-me o pão, o ar,

a luz, a primavera,
mas nunca o teu riso,
porque então morreria.
(Pablo Neruda)


domingo, 26 de junho de 2011

Um pouco de Neruda... (2)

O teu riso


Tira-me o pão, se quiseres,
tira-me o ar, mas não
me tires o teu riso.


Não me tires a rosa,
a lança que desfolhas,
a água que de súbito
brota da tua alegria,
a repentina onda
de prata que em ti nasce.


A minha luta é dura e regresso
com os olhos cansados
às vezes por ver
que a terra não muda,
mas ao entrar teu riso
sobe ao céu a procurar-me
e abre-me todas
as portas da vida.


Meu amor, nos momentos
mais escuros solta
o teu riso e se de súbito
vires que o meu sangue mancha
as pedras da rua,
ri, porque o teu riso
será para as minhas mãos
como uma espada fresca.


À beira do mar, no outono,
teu riso deve erguer
sua cascata de espuma,
e na primavera , amor,
quero teu riso como
a flor que esperava,
a flor azul, a rosa
da minha pátria sonora.


Ri-te da noite,
do dia, da lua,
ri-te das ruas
tortas da ilha,
ri-te deste grosseiro
rapaz que te ama,
mas quando abro
os olhos e os fecho,
quando meus passos vão,
quando voltam meus passos,
nega-me o pão, o ar,
a luz, a primavera,
mas nunca o teu riso,
porque então morreria.

Um pouco de Neruda...



Se não puderes ser um pinheiro, no topo de uma colina,
Sê um arbusto no vale mas sê
O melhor arbusto à margem do regato.
Sê um ramo, se não puderes ser uma árvore.
Se não puderes ser um ramo, sê um pouco de relva
E dá alegria a algum caminho.

Se não puderes ser uma estrada,
Sê apenas uma senda,
Se não puderes ser o Sol, sê uma estrela.
Não é pelo tamanho que terás êxito ou fracasso...
Mas sê o melhor no que quer que sejas.

Firma Pablo Neruda.svg

domingo, 12 de junho de 2011

F1 e F-Indy: comentários!

Que corrida espetacular neste domingo. O GP do Canadá de F1 foi emocionante, mesmo tendo um intervalo de 2 horas devido às chuvas.
Button conquistou uma vitória de forma impressionante e seus números na corrida é que nos fazem ver isso, foram 5 paradas nos boxes, 1 drive-throug e 2 acidentes, sendo que um deles ainda será investigado após a corrida. E, após tudo isso, como ele conseguiu passar o Vettel? O alemão não aguentou a pressão na última volta e escapou nas últimas curvas, dando de mão-beijada a vitória para o piloto inglês.
Como destaque da corrida ainda temos o Michael Schumacher que, na minha opinião, fez a melhor corrida desde sua volta. Chegou a andar em segundo, tendo ultrapassado Massa e Kobayashi em uma manobra só, mas acabou no quarto lugar, que foi o suficiente para conseguir igualar o número de pontos de seu companheiro.
Massa também esteve bem na corrida, com um carro veloz, chegou a pressionar Alonso, mas demorou muito para ultrapassar Kobayashi. Quando conseguiu chegar ao segundo lugar, escorregou ao sair do traçado já com pneus macios na tentativa de ultrapassar um retardatário e acabou perdendo o bico do carro, o que provocou mais um pit stop. Mesmo assim conseguiu terminar em sexto, chegando justamente um bico à frente do japonês (sempre ele).
No mais, os outros destaques que temos é o sempre combativo piloto da Sauber (Kobayashi) e ânsia incessante de Lewis Hamilton em fazer bobagens. Ao tentar ultrapassar seu companheiro, ainda no começo da corrida, pegou o mesmo traçado que Button fazia e acabou prensado contra o muro e para piorar, ao invés de encostar o carro em uma área qualquer, tentou continuar conduzindo o carro, mesmo com as suspensões esquerdas (diant. e tras.) quebradas, e acabou provocando a entrada do safety car ao parar o carro na pista.
Muita boa a corrida, há muito tempo não via uma com tanta emoção. Mesmo assim, melhorando o espetáculo, proporcionando mais ultrapassagens, continuo sendo contra o uso da asa móvel, um dispositivo que transforma em covardia uma ultrapassagem, já que o piloto que está sendo atacado na pode utilizá-la. Sou mais o uso de algo tipo o 'push-to-pass' da F-Indy.

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Por falar em F-Indy, que coisa ridícula que aprontaram ontem. A corrida do Texas sempre foi um das melhores por ter um oval muito rápido, onde é possível fazer a volta toda sem tirar o pé, e também perigoso.
A prova de ontem foi dividida em 2 baterias com 114 voltas cada e com um intervalo de 1 hora entre as baterias. As posições de largada da primeira prova foram definidas em treino (normal), mas para a segunda houve um sorteio nesse intervalo. Na ordem inversa de chegada, o piloto ia a um mural, escolhia um pneu qualquer que está lá e girava para ver qual a posição estava gravada ali. Tony Kanaan se deu bem, largou em primeiro e conseguiu chegar em quarto. Franchitti, que venceu a primeira parte da corrida, não teve sorte e largou em #28 na segunda, mesmo assim conseguiu terminar em sétimo. Já Will "Big Nose" Power, largou em terceiro na segunda prova e conseguiu ficar com a vitória, sendo seguido por Dixon e Castroneves. Essa foi a primeira vitória de Power em circuito oval, que tem várias vitória em circuitos mistos.

Após a etapa do Texas a classificação ficou assim:
#1 Will Power 239 (AUS-Penske)
#2 Dario Franchitti 218 (SCO-Chip Ganassi)
#3 Scott Dixon 169 (NZL-Chip Ganassi)
#4 Oriol Servia 163 (ESP-Newman/Hass)
#5 Tony Kanaan 159 (BRZ-KV)
#6 Ryan Briscoe 146 (AUS-Penske)
#7 Graham Rahal 136 (USA-Service Central Chip Ganassi)
#8 Alex Tagliani 135 (CAN-Sam Schmidt)
#9 JR Hildebrand 125 (USA-Panther)
#10 Takuma Sato 118 (JPN-KV)

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Operação Overlord - 67 anos

Há 67 anos a Segunda Guerra Mundial iniciava uma nova fase, com a virada de jogo no flanco ocidental. O desembarque na Normandia, também conhecido como Dia D, aconteceu no dia 06/06/1944, surpreendendo Hitler e confirmando aquilo que Rommel já imaginava.

A operação foi grandiosa e aconteceu numa área de 80 km da costa francesa. Ela teve início à meia-noite com uma chuva de paraquedistas, cerca de 24.000 homens da Grã-Bretanha, Estados Unidos e Canadá, além de tropas livre do exército francês. Ao raiar do dia, às 6:30h, começou o desembarque nas praias, foram cerca de 7.000 de navios de transporte e ataque e barcaças de desembarque que carregavam cerca de 195.000 homens, sendo que aproximadamente 160.000 desembarcaram.

O bombardeio que precedeu o desembarque contou com 3.467 bombardeiros, 5.409 caças e 1.645 aviões diversos, que avançaram em baixa velocidade e com formações específicas visando enganar os radares que os identificavam como embarcações.

Aproximadamente 10 dias depois do Dia D, cerca de 326mil homens e 54mil viaturas de combate e transporte já haviam desembarcado em território francês.

Ainda assim, Hitler acreditava que haveria um desembarque maior em Pas-de-Calais devido a informações falsas passadas por agentes duplos, transmissões de informações erradas passadas por rádio e dispositvos eletrônicos que afetavam as comunicações e radares alemães.

Graças a homens como Churchill, Roosevelt, Stalin, Eisenhower, Montgomery, Ramsay, Leigh-Malory e outra dúzia de políticos e militares, além de alguns milhões de soldados foi possível que a partir deste dia, naquela parte da costa francesa, a Guerra tomasse um novo rumo e o mundo conseguisse, depois de muito tempo, enxergar a possibilidade da vitória aliada sobre o Eixo.

Itaquerão: o retrato fiel da Copa-2014

Há muito venho falando da Copa do Mundo de 2014, já escrevi duas ou três vezes aqui no blog sobre isso.


Hoje o UOL divulgou uma matéria sobre o Itaquerão, o estádio do Corinthians, que deverá ser o representante paulista na Copa e receberá a abertura.


A Odebrecht (sempre ela) começou a fazer a terraplanagem do terreno mesmo não tendo projeto final definido, orçamento fechado e contrato assinado. Ainda são muitos os pontos a serem definidos e a reportagem do UOL enviou 7 perguntas aos representantes da empresa que fugiram de responder e enviaram um carta que foge tanto do esclarecimento quanto a entrevista do Palocci. Quanto a resposta do Corinthians enviada por Luís Paulo Rosemberg, diretor de marketing do clube, está cheia de incertezas e ironias que nos fazem acreditar que quem vai pagar está conta de mais de um bilhão de reais seremos nós, mais uma vez.


Rosemberg chega a afirmar que para reduzir o valor do orçamento utilizará até mesmo a "manipulação de repórteres em entrevistas escritas" e complementa dizendo que "tudo vale para termos estádio sem quebrar nosso caixa". O clube aposta que conseguirá cerca de R$250 milhões somente com naming rights (direito de exploração do nome do estádio), sendo que nenhum clube na Europa consegue isso.


A irresponsabilidade fiscal e o desrespeito ao erário público serão as grandes marcas desta Copa do Mundo, que deixará um legado de dívidas e dúvidas.


Link para a reportagem do UOL: http://bit.ly/iygoaR

domingo, 5 de junho de 2011

NOVOS DESAFIOS

Abaixo reproduzo na íntegra a coluna de hoje, 05/06/2011, do Fernando Henrique Cardoso no Jornal O Globo.

Passados os momentos de euforia por havermos ingressado no clube dos que tomam decisões no mundo (e não nos esqueçamos de que o G-20 começou como encontro entre ministros da Fazenda quando Pedro Malan ainda exercia a função), começam as dores de cabeça e as indefinições criadas pela nova situação. Se a estas juntarmos as advindas da política doméstica, não são poucos os enigmas e incertezas que temos pela frente.
O mundo está se reordenando. A liderança norte-americana, com Barack Obama, evita a arrogância e começa a aceitar novas parcerias. Ainda agora, ao proclamar que a melhora de posição dos Brics e dos demais países emergentes não põe a perigo a predominância anglo-saxã, não disse isso como ameaça, mas como conselho aos seus: não temam o que está surgindo porque surgirá de qualquer modo e é melhor ter aliados do que inventar inimigos. Diante dos novos atores políticos no Norte da África e no Oriente Médio, a atitude americana está sendo marcada por um encorajamento democrático discreto como há tempos não víamos. É cedo para saber até onde irá esse bafejo de idealismo pragmático e também para ver até que ponto evoluirá a situação dos países recém-ansiosos por liberalização.
De qualquer modo, a situação internacional é distinta daquela aterradora da era Bush. O que não quer dizer que o futuro será melhor. Depende de muita coisa. De os Estados Unidos superarem a crise financeira, pois o desemprego continua enorme e o gasto público, descontrolado. De a Europa mostrar ser capaz de suportar as agruras de uma austeridade "germânica" sem romper a coesão social produzida pelo modelo democrático e próspero sonhado pela União Europeia. De a China continuar a crescer e dar pitadas de bem-estar ao povo. Mesmo que tudo isso se realize da melhor maneira, sobram dúvidas.
Que farão EUA e China, gigantes em comparação com as demais economias e Estados em expansão, jogarão como um duo gestor do mundo? Haverá um G-2 com suas economias complementares impondo seus interesses ao conjunto do planeta? Ou, então, EUA e Europa imporão seu predomínio, como tentam fazer agora na sucessão do FMI? E nós nisso tudo?
As incertezas pesam e tornam necessárias estratégias de convergência doméstica e lucidez para organizar alianças internacionais. Dado o caráter dos interesses globais, que ora unem, ora repelem alianças entre os Três Grandes, o necessário é que participemos da grande cena mundial sem ilusões ideológicas e com muita coesão interna. Para tanto precisamos de uma estratégia consensual e de determinação política. Estratégia consensual não é um "projeto nacional", expressão que, em geral, significa o Estado conduzindo o povo para objetivos definidos por um partido ou um grupo de ideólogos. Não é disso que precisamos, mas de um consenso enraizado na sociedade sobre questões decisivas, sem supor adesão a governos nem oposições aquietadas.
Com a globalização os condicionantes geográficos não nos limitam, como no passado. Não há por que nos cingirmos ao "Ocidente", ao Hemisfério ou mesmo à América do Sul. Mas temos outros condicionantes. A demografia impõe-nos desafios, com o crescimento da população adulta e idosa. Há que criar empregos de qualidade para sustentar tal tipo de população. É certo também que aprendemos a amar a liberdade e a desejar uma sociedade com crescente participação de todos no bem-estar e nas decisões. Por fim, os imperativos de preservação do meio ambiente e da criação de uma economia baseada em energias de baixo consumo de carbono são onipresentes.
Não adianta sonhar com o "estilo chinês" de crescimento, pois o afã de liberdade e consumo impede tal proeza. Nem imaginar que a expansão econômica baseada na exportação de minérios e produtos alimentícios gerará, por si só, a quantidade e a qualidade de valor agregado necessário para distribuir melhor o bolo, que é o que queremos. Tampouco faz sentido limitarmos nossas alianças a este ou àquele parceiro: elas deverão ser com quem nos ofereça vantagens de conhecimento (tecnológico, científico, organizacional) que permitam nos apropriarmos do que de melhor há no mundo. É imperativo inovar, não abrir mão da indústria e oferecer serviços em quantidade e qualidade em saúde, educação, transportes, finanças, etc. Aproveitar, mas ir além do que as commodities nos permitem alcançar. Nosso caminho será o da democracia. Ela não é um obstáculo. É parte inseparável do desenvolvimento, como valor e como "método". Por isso é preciso aumentar a transparência das decisões e debater com o País os passos decisivos para o futuro.
É ai que pecamos. Desde o governo Lula, a modo do autoritarismo militar, as decisões fundamentais são tomadas sem debate pelo Congresso e pelo País (mudança da Lei do Petróleo, decisões na política energética, especialmente na nuclear, reaparelhamento militar, não decisões sobre a infraestrutura por medo das privatizações, ou pior, decisões com abuso de subsídios, como no caso do trem).
Quando o governo da presidente Dilma parecia dar passos certos para ajustar a política internacional e começava a permitir que o debate sobre as grandes questões nacionais se deslocasse do plano miúdo das divergências eleitorais, vem de novo "seu mestre" (que prometera ficar calado como ex-presidente) e joga em solo corriqueiro as questões políticas. Em vez de se preocupar com a veracidade do que transpareceu, acusa irresponsavelmente o PSDB pelo vazamento de informações relativas à evolução patrimonial do principal ministro do governo. E passa a operar a disputa por cargos e troca de votos no Congresso, ofuscando sua sucessora. Em vez de um passo à frente, mais um passo atrás no amadurecimento da sociedade e da política, que volta a se apequenar no jogo rasteiro de chantagens e pressões. No lugar de o líder sustentar valores, temos o retorno da metamorfose ambulante operando com o costumeiro desdém aos princípios.
Assim será difícil uma nação com tantas virtudes alcançar a maturidade que as condições materiais começam a tornar possível. É preciso ter lideranças à altura se quisermos jogar na grande cena mundial. Presidente Dilma: não desperdice sua chance!

sábado, 4 de junho de 2011

Aprenda a calcular na cartilha do PT

Em matéria divulgada no site do Estadão, mais um material distribuído pelo MEC apresenta erros grosseiros. Se já não bastasse o "nós pega o peixe", a vítima da vez foi a Matemática. Contas básicas de subtração apresentavam resultados errados, tais como 10-7=4 e 16-8=6.

Fica complicado saber quem é o maior prejudicado nisso, quem recebe esse material ou todos nós que pagamos a conta disso.

Não é de hoje que o MEC tem tido vários problemas, não só relativos a materiais impressos, mas também com Prouni e ENEM. A atuação do ministério é vergonhosa e a do ministro Fernando Haddad também. A situação dele é insustentável há muito tempo, desde o governo Lula, mas não perde o cargo, escândalo após escândalo.

Vejo o governo preocupado em atingir tantas metas na Educação, mas não sou capaz de enxergar que estamos no caminho certo.

Gabriel Chalita vende sua alma a Michel Temer!

Gabriel Chalita, pré-tenso candidato à prefeitura de São Paulo, deixou o partido pelo qual foi eleito deputado federal, o PSB, e filiou-se ao PMDB. Aliar-se a Michel Temer é praticamente a mesma coisa de vendar a alma ao diabo. A comparação é bem válida neste caso, já que Chalita é um representante-leigo da Igreja Católica e da Canção Nova.

A carreira do deputado tem sido marcada pela constante troca de partido, já estando terceiro em período de tempo menor que meia década. Mesmo assim, o líder do governo na Câmara dos Deputados, Cândido Vacarezza, disse que Chalita tem "lealdade política", só faltou dizer a quem.