sábado, 4 de junho de 2011

A "boa fé" de Palocci...

Após 18 dias de um silêncio ensurdecedor, Palocci resolveu falar. Disse aquilo que todos esperavam que ele disesse, que era inocente, que tem como provar a origem de seus ganhos e que não praticou tráfico de influência. Se esquivou das perguntas e deu respostas vagas.

Nada foi esclarecido e a crise continua. A única pessoa que se diz satisfeita com aquilo que Palocci falou foi o Senador Gim Argello, que conhece muito bem esta situação que o ministro está passando. O Senador responde a um inquérito no Supremo Tribunal Federal por apropriação indébita, peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Seu patrimônio alcançou a cifra de um bilhão de reais após ter entrado na política do Distrito Federal.

O que mais me chamou a atenção no que o Palocci disse foi sobre a questão da "boa fé", como tráfico de influência não é uma coisa que pode ser materializada, não tem como provar que não foi praticado, as pessoas devem acreditar na "boa fé" dele. Ouvir o Palocci falando em "boa fé" soa tão estranho quanto ouvir a Dercy Gonçalves falando sobre castidade.

Para piorar a situação do Ministro, a Revista Veja publicou uma denúncia de que o apartamento que ele mora em São Paulo, que vale R$4 milhões, está em nome de uma empresa que está registrada no nome de dois laranjas. No blog do Fernando Rodrigues ele faz uma observação perfeita: "É possível que o ministro não tenha nada a ver com essa história? Sim, claro. Pode ter alugado o apartamento e paga o aluguel a uma imobiliária. OK, mas é sempre um solavanco a mais na atual crise. E em política, como se sabe, tudo o que tem de ser explicado não é bom". E isso é mais pura realidade, quanto mais explicações um político tem que dar, mais complicada está a sua situação.

O PT já não sustenta mais a permanência de Palocci à frente da Casa Civil e a Presidente Dilma já analisa quais são as opções disponíveis para substituí-lo.

Há 9 anos convivemos com denúncias envolvendo o governo petista e seus aliados e nada é feito, nada é apurado e o pouco que é, fica sem resultado e a impunidade impera. O grande exemplo disso tudo é o mensalão, que vai acabar em uma pizza tão grande quanto o dinheiro que estava envolvido no esquema.

Nenhum comentário:

Postar um comentário